12º Plano de Pastoral da Arquidiocese

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A Arquidiocese de São Paulo apresenta e recomenda a leitura do 12º Plano de Pastoral: "Urgências da Ação Evangelizadora e Pastoral na Cidade", para o quadriênio 2017-2020
Publicado em: 07/12/2016 - 17:30
Créditos: Redação

Apresentação

Tenho a satisfação de apresentar e recomendar a toda a Arquidiocese de São Paulo o 12º Plano de Pastoral, para o quadriênio de 2017 a 2020, que tem como foco as “urgências da evangelização na Cidade”.

A avaliação ampla da animação pastoral e da incidência do 11º Plano na vida da Arquidiocese e no desempenho de sua missão de testemunhar Jesus Cristo na Cidade, nos leva a agradecer a Deus pois, ao longo do último quadriênio, com a graça de Deus e o esforço dedicado de sacerdotes, leigos, religiosos e diáconos, foi realizado muito e houve um crescimento na consciência sobre a nossa missão de testemunhar o Evangelho do reino de Deus.

 Mas também percebemos que ainda permanecem muitas lacunas e insuficiências na evangelização em São Paulo. Continua sendo necessária uma profunda “conversão missionária” dos membros da nossa Igreja e das paróquias e demais estruturas e organizações eclesiais e pastorais. Ainda estamos longe de ser uma Igreja “em saída” e “em estado permanente de missão”, como nos pede o Papa Francisco!

 Na elaboração do 12º Plano Arquidiocesano de Pastoral, a exemplo daquilo que fez a CNBB, em 2015, na elaboração das novas “Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil”, foi mantida a impostação fundamental do Plano anterior. Após apresentar o caminho histórico da vida pastoral em nossa Arquidiocese e de traçar um quadro da realidade, são apresentadas as “urgências na evangelização”. Mas não falta a atualização de diversos aspectos do Plano, que também foi enriquecido com as mais recentes referências do Magistério.

 Temos a necessidade urgente de retomar a catequese sistemática e as demais ações e metodologias voltadas à iniciação à vida cristã e ao testemunho da fé. A desatenção à catequese, em todos os níveis, como processo sistemático e envolvente de educação na fé e na vivência cristã, seria muito prejudicial à Igreja! Uma catequese apenas superficial, esvaziada, ou até inexistente, colocaria em risco o próprio futuro das comunidades que assim o fizessem.

 Pelo mesmo motivo, também é urgente que continuemos a voltar-nos para a Palavra de Deus e nos deixemos conduzir por ela, para sermos comunidades animadas pela Palavra de Deus. A Igreja não prega a si mesma: ela é ouvinte e discípula da Palavra de Deus, que é sua referência e fundamento insubstituível: “Senhor, a quem iremos nós? Só tu tens palavras de vida eterna”: assim respondeu Pedro a Jesus, que questionava os discípulos, se também eles queriam abandoná-lo, para ir atrás de outros mestres e guias para suas vidas (cf. Jo 6,67-69).

A vida cristã requer a vinculação do fiel à comunidade da Igreja, através de laços próprios com uma comunidade eclesial de pertença, que vai da família cristã, comunidade pequena e importante que está na base da Igreja, à paróquia e à diocese. O Apóstolo Paulo já ensinava que a Igreja é como um corpo: apesar dos muitos membros, órgãos e funções, o corpo é um só e nenhum membro basta a si mesmo; todos dependem uns dos outros e interagem harmonicamente, para que o corpo inteiro esteja bem. Comunidade de comunidades, assim é a Igreja de Cristo; por isso, é urgente superar o individualismo, que também pode se instalar entre nós. Ninguém é discípulo de Cristo sozinho e de maneira isolada. É necessário cultivar a solidariedade eclesial e missionária nas comunidades da Igreja.

 Nossa Igreja, em São Paulo, é desafiada constantemente a se colocar a serviço da dignidade e da vida plena de todas as pessoas, quer pelos trabalhos sociais, para socorrer aos irmãos que sofrem de muitas formas, quer para testemunhar, defender e promover a justiça e a dignidade de cada filho de Deus. Já se faz muita caridade organizada, mas as necessidades ainda são tantas! Portanto, é urgente que a nossa fé seja testemunhada concretamente através das obras de misericórdia, de justiça e caridade.

 Em nosso 12º Plano quadrienal de Pastoral não poderia faltar uma atenção especial à família, que precisa ser trazida para o centro de nossas atenções e práticas evangelizadoras. A Exortação Apostólica “Amoris Laetitia”, do Papa Francisco, sobre a alegria do amor em família, nos mostra o quanto temos a fazer para reatar os vínculos entre Igreja e família. É urgente cuidar bem de tudo o que diz respeito à família, em benefício da comunidade humana, da própria pessoa e da mesma Igreja.

 O Plano de Pastoral deve orientar e dar expressão à “pastoral de conjunto”. As “urgências” na evangelização devem, agora, inspirar a elaboração dos projetos e programas de ação de cada organização eclesial da Arquidiocese.

 Ao longo do quadriênio de 2017 a 2020, queremos encaminhar a realização de um Sínodo arquidiocesano. Por isso, desde logo, convido todos a rezarem nesta intenção e a participarem, na medida das competências de cada um, do processo preparatório. Sínodo diocesano é um evento de grande significado eclesial e pastoral, que requer um amplo envolvimento de todas as forças vivas da Arquidiocese.

Expresso um agradecimento especial a todos os que colaboraram na elaboração deste 12º Plano de Pastoral. Que Deus os recompense!

Que Nossa Senhora Aparecida, cujo tricentenário comemoramos, interceda por nós todos! São Paulo Apóstolo seja nosso companheiro e intercessor. Que Deus nos abençoe e ajude!

Cardeal Odilo P. Scherer

Arcebispo de S.Paulo

São Paulo, 07/12/2016

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