Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora Aparecida

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11/10/2017 - 09:45

Na conclusão do Ano Mariano Nacional, comemorando os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do rio Paraíba do Sul, tomamos a decisão de erigir o Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora Aparecida, no bairro do Ipiranga (rua Labatut, 781). 

Essa igreja, em elegante estilo gótico, possui um significado especial para São Paulo. Edificada em 1942, ela guarda a memória do grandioso Congresso Eucarístico Nacional daquele mesmo ano, realizado em São Paulo, pela iniciativa do 2º Arcebispo da Arquidiocese, Dom José d’Affonseca e Silva. 

A imagem de Nossa Senhora Aparecida, réplica fiel da original, foi trazida para o Congresso pelo Legado Pontifício, o Cardeal Dom Sebastião Leme, arcebispo do Rio de Janeiro. Venerada durante o Congresso no Vale do Anhangabaú, a imagem foi levada em procissão monumental até à igreja do Ipiranga, construída com a generosa ajuda do povo, para conservar as marcas do Congresso Eucarístico e da história de Nossa Senhora Aparecida. 

Vários são os objetivos da elevação dessa mesma igreja paroquial em Santuário Arquidiocesano. Antes de tudo, marcar a comemoração do tricentenário de Aparecida, destacando e confirmando os laços espirituais históricos que ligam a Arquidiocese de São Paulo com a devoção à Padroeira do Brasil. De fato, por mais de 200 anos, desde 1745 a 1958, a nossa Diocese/Arquidiocese esteve diretamente encarregada de promover a devoção a N. Sra. Aparecida. O primeiro santuário e a promoção da construção da nova e grandiosa basílica estiveram sob a responsabilidade da Arquidiocese de São Paulo.

Ao erigir o Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora Apar ecida do Ipiranga, desejamos valorizar e incentivar ainda mais a devoção e o amor filial do povo de São Paulo a N. Sra. Aparecida. Esse amor nunca diminuiu e se manteve constante, visto que a Arquidiocese de São Paulo promove todos os anos sua Romaria oficial para Aparecida, no primeiro domingo de maio. Em 2017, já foi feita a 116ª romaria, com grande participação de peregrinos.

A criação do Santuário Mariano Arquidiocesano também leva em conta a devoção que já se expressa regularmente naquela igreja do Ipiranga, para onde acorrem numerosos fiéis de várias partes da cidade e da área metropolitana. Os santuários são oásis da fé, da caridade e da vida espiritual, lugares de anúncio e acolhida da palavra de Deus, voltados à oração, à confissão e ao encontro com a misericórdia de Deus. 

O Papa Francisco escreveu, na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium , sobre a nova evangelização, que os santuários são importantes para a promoção da nova evangelização. Neles, “Maria reúne ao seu redor os filhos que, com grandes sacrifícios, se fazem peregrinos para A ver e deixar-se olhar por Ela. Lá encontram a força de Deus para suportar os sofrimentos e fadigas da vida (cf. EG 286). 

Na Arquidiocese de São Paulo, já foram erigidos vários santuários: Sagrado Coração de Jesus (Campos Elíseos), São Francisco de Assis (Largo S. Francisco, Centro), São Judas Tadeu (Jabaquara), Nossa Senhora de Fátima (Sumaré) e Santa Edwiges (Estrada das Lágrimas, Ipiranga). A esses, soma-se agora o Santuário Mariano de Nossa Senhora Aparecida (Ipiranga). Todos eles são de direito diocesano e sua razão de existir corresponde a uma forma própria de participação na vida e na missão da Igreja local.

Os santuários devem favorecer, com intensidade especial, aquilo que também é próprio de cada igreja: ser casas de Deus entre as casas dos homens, dedicadas ao encontro pessoal e comunitário com Deus, lugares onde matar a saudade do encontro com Deus... Faço votos que o novo Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora Aparecida, no Ipiranga, seja mais um desses centros de irradiação da nova evangelização em São Paulo. 

 

Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo Metropolitano de São Paulo
Artigo publicado no jornal "O SÃO PAULO", edição 11/10/2017