Dom Sebastião Pinto do Rego

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8º Bispo Diocesano (1862-1868)

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BIOGRAFIA

Nascido em 16 de abril de 1802, na vila de Angra dos Reis, então capitania do Rio de Janeiro. Filho do casal Sebastião Pinto do Rego e Francisca do Espírito Santo.



PRESBITERADO

Sebastião Pinto do Rego era presbítero secular e cônego do cabido fluminense. Foi nomeado vigário da capela imperial no dia 11 de julho de 1846. Em 30 de janeiro de 1852, foi nomeado monsenhor e inspetor da mesma capela. Era conselheiro de dom Pedro II e Comendador da Imperial Ordem de Cristo.



EPISCOPADO

Dom Sebastião teve sua nomeação decretada pelo Imperador em 11 de maio de 1861, sendo esta confirmada pelo papa Pio IX, por meio de um Consistório secreto realizado em 30 de setembro de 1861. O novo bispo foi sagrado na Igreja Matriz de Petrópolis (RJ), pelo internúncio apostólico dom Mariano Falcinelli, em 18 de maio de 1862.

Por meio de procuração conferida ao padre doutor Joaquim Manuel Gonçalves de Andrade, vigário capitular da diocese, tomou posse do bispado em 10 de junho de 1862. Ingressou solenemente na Catedral de São Paulo, no dia 21 de março de 1863. Dom Sebastião foi o bispo que, até então, em menor intervalo de tempo assumiu o cargo vago com a morte do antecessor.

No tempo de seu episcopado em São Paulo, dedicou-se aos cuidados da administração do seminário que seu antecessor havia deixado. Ainda durante o seu pastoreio, o Império começou a vivenciar seus momentos mais profundos de crise com o poder imperial. A Igreja buscava assumir a consciência de sua missão e para isso queria ter autonomia em relação ao poder temporal. Os tempos vividos por dom Sebastião em São Paulo foram de conflitos entre os poderes espiritual e temporal no Brasil, atenuados e rarefeitos provisoriamente pela guerra da tríplice aliança Brasil-Argentina-Uruguai contra o Paraguai (1864-1870).

Os seis anos da Guerra do Paraguai, com seu sangrento tributo de vida e sofrimentos de adultos e crianças, envolveram e uniram no sentimento patriótico o Estado e a Igreja. Dom Sebastião escreveu pelo menos duas circulares aos párocos da diocese paulista, solicitando-lhes o apoio para que os paroquianos se alistassem como voluntários e fossem lutar contra o “inimigo”, em defesa da nação brasileira. No dia 09 de julho, na catedral, o bispo abençoou uma bandeira, costurada e bordada por mulheres da cidade, a qual foi entregue ao VII Batalhão de Voluntários Paulistas, que foi à guerra tendo como capelão o padre João Francisco de Siqueira Andrade.

Durante o seu episcopado, por meio de breve apostólico assinado em 06 de outubro de 1863, o papa Pio IX instaurou o dia 25 de janeiro, em que a Igreja comemora a Conversão de São Paulo, como dia santo de guarda.

Distinto orador sacro, latinista profundo, publicou várias cartas pastorais e manteve correspondência com as mais altas personalidades da época. Ordenou 22 sacerdotes ao longo de seu episcopado. Faleceu no dia 30 de abril de 1968, antes do término da guerra do Paraguai. Primeiramente, foi sepultado na Antiga Sé de São Paulo. Dali, foram seus restos mortais definitivamente transladados para a cripta da catedral da Sé, onde pode ser lido em sua lápide:


“QVASI.AQVAE.DILABIVR.IN.TERRAM
MONVMENTVM.HVIC.FAS.EST
COLENDI.DD.SEBASTIANI.PINTO.DO.REGO
ALMOS.TRADITOOS.INVENIRE.CINERES
QVENS.PR.KAL.MAII.AN.MDCCCLXVIII.VITA.CONSESSVM
IN.PAVL.REGENDA.AECCLESIA.TEMPVS.CONTRIVISSE
GRATVS.POPVLVS.ORE.FATITVR” 1

1 Como água nos derramamos sobre a terra. Encerradas neste túmulo podem-se encontrar as cinzas veneráveis do reverendíssimo Dom Sebastião Pinto do Rego, falecido aos 30 de abril de 1868, por curto período regeu a Igreja de São Paulo, mesmo assim, os fiéis não lhe regatearam louvores.



BRASÃO E LEMA

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Descrição: Escudo eclesiástico, partido: o 1º de goles com uma cruz de argente, florenciada e vazia – Armas dos Pereiras; o 2º cortado, sendo: I de argente, com cinco crescentes de goles, postos em sautor – Armas dos Pintos, e II de blau com onze cruzetas de jalde, postas: 4,4 e 3. O escudo está assente em tarja branca. O conjunto pousado sobre uma cruz trevolada de ouro, entre uma mitra de prata adornada de ouro, à dextra, e de um báculo do mesmo, a senestra, para onde se acha voltado. O todo encimado pelo chapéu eclesiástico com seus cordões em cada flanco, terminados por seis borlas cada um, tudo de verde.

Interpretação: O escudo obedece às regras heráldicas para os eclesiásticos. Os campos representam as armas familiares do bispo.. No 1º, o campo de goles (vermelho) simboliza o fogo da caridade inflamada no coração do bispo, bem como valor e socorro aos necessitados, a cruz dos Pereiras lembra o cristianismo português e, por seu metal argente (prata), simboliza a inocência, a castidade, a pureza e a eloqüência, virtudes essenciais num sacerdote. Nas armas da Família Pinto, os crescente lembram a luta dos portugueses contra os árabes, bem como, no caso do bispo, podem ser invocados como um sinal da Imaculada Conceição da Virgem Maria, seus esmaltes tem os significados acima já descritos. Por fim, o campo de blau (azul) representa o manto de Maria Santíssima e, heraldicamente, significa: justiça, serenidade, fortaleza, boa fama e nobreza, e as onze cruzes representam os apóstolos, exceto Judas, que traiu Nosso Senhor Jesus Cristo, sendo de jalde (ouro) simbolizam: nobreza, autoridade, premência, generosidade, ardor e descortínio