A cruz é o trono da graça e da misericórdia de Deus

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Arcebispo de São Paulo presidiu a Celebração da Paixão do Senhor na tarde da Sexta-feira Santa
Publicado em: 20/04/2019 - 18:15
Créditos: Fernando Geronazzo (jornal O SÃO PAULO)

Na Sexta-feira Santa, 19, às 15h, mesmo horário em que Jesus Cristo morreu na cruz, os católicos de todo mundo fizeram memória da Paixão do Senhor. Na Catedral da Sé, a celebração foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo.  

Essa ação litúrgica que compõe o Tríduo Pascal é marcada pela proclamação da Paixão de Cristo segundo o evangelista São João, a Oração Universal, o rito de adoração da cruz e a comunhão da eucaristia consagrada na Missa da Ceia do Senhor, na noite anterior. Esta é a única data do ano em que não se celebram missas. 

Logo no início o celebrante se aproxima do altar em silêncio e se prostra como sinal de entrega diante do mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.

ADORAÇÃO

Após a Oração Universal, pela qual se reza por todos os povos e nações, foi entronizada na nave central da Catedral um crucifixo coberto, que foi descoberto aos poucos por Dom Odilo que entoava o refrão “Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo”. 

Em seguida, o Cardeal beijou a cruz em sinal de adoração ao mistério redentor, gesto que foi repetido por todos os fiéis que lotaram a Sé. 

GRANDE MISTÉRIO

 “Hoje, todos nós somos convidados a nos confrontarmos com esse mistério. E quando falo de mistério, não me refiro a algo que não se compreende, mas de algo grande, que vai além de tudo o que podemos dizer a respeito do Senhor”, afirmou Dom Odilo. 

O Cardeal ressaltou que o relato da Paixão narrado por São João apresenta com detalhes todos os detalhes desde a prisão de Jesus até seu sepultamento, passando pela julgamento por parte de autoridades civis e religiosas, seu caminho até o calvário, crucificação e morte. 

No entanto, o Arcebispo destacou que essa narrativa não deve ser lida apenas como uma “crônica jornalística” sobre um fato que aconteceu, mas para mostrar quem, de fato, foi Jesus e o que sua morte na cruz significou para a humanidade. “Por meio de seus sofrimentos nós fomos libertados, reconciliados com Deus”, disse. 

SUMO SACERDOTE

O comentar o trecho da Carta aos Hebreus proclamado na celebração, o Arcebispo recordou que Jesus é “o Sumo Sacerdote capaz de se compadecer
de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado”.

“A cruz é o ‘trono da graça’, da qual fala a Carta aos Hebreus, de onde nos vem a misericórdia de Deus, não é o trono da vergonha, não é uma derrota”, acrescentou Dom Odilo. 

À LUZ DA RESSURREIÇÃO

O Arcebispo ressaltou, ainda, que não a Paixão e Morte de Jesus não podem ser separadas da Ressurreição. “Quando a Paixão é lida à luz da Ressurreição tudo começa a ter um sentido novo”, disse.  

Dom Odilo enfatizou que, ao aceitar e acolher o caminho de dor e sofrimento, Jesus realizou o ato prefeito de entrega a Deus pela humanidade. “Jesus tornou-se o redentor, o salvador”, afirmou, recordando o que foi dito pelo profeta Isaías: “O justo tomou sobre si nossas dores”.  “Nas suas chagas as nossas feridas foram curadas, fomos perdoados e alcançamos a misericórdia de Deus”, acrescentou o Cardeal. 

Por essa razão, o Cardeal exortou o fiéis sobre a importância de vivenciar o  Tríduo Pascal como um todo, não ficando apenas na Sexta-feira da Paixão, mas também celebrando a Ressurreição na Vigília Pascal da noite do Sábado Santo, e o Domingo de Páscoa.