‘O sacerdote deve despertar no povo o ardor missionário’

A A
Padre Pierre Rodrigues da Costa conta como deixou tudo par seguir o chamado de Deus
Publicado em: 01/01/2019 - 22:00
Créditos: Redação

“Desejo viver um sacerdócio sempre voltado para o povo”, afirmou o então Diácono Pierre Rodrigues da Costa, 36, em entrevista concedida ao O SÃO PAULO dias antes de ser ordenado sacerdote da Arquidiocese de São Paulo, no dia 8.  
Desde os 9 anos de idade, Pierre já participava do Sociedade São Vicente de Paulo (Vicentinos) no serviço da caridade aos mais pobres, em sua cidade natal, Piracicaba (SP). “Eu era muito pequeno, mas já ia fazer as visitas com os pobres. Sempre gostei disso. Eu fazia várias campanhas na escola para ajudar os pobres”, contou. 

DISCERNIMENTO

Com o tempo o jovem foi se afastando das atividades eclesiais, construiu uma carreira forte nas áreas da metalúrgica, eletrônica e mecatrônica, chegando a trabalhar em uma multinacional de sua cidade. “Estava bem encaminhado, comecei a faculdade mecatrônica. Então, comecei a perceber que estava no emprego ideal, na profissão certa, tinha uma namorada muito bonita, mas tudo aquilo parecida pouco, não me preenchia. 

Padre Pierre conta que, na época, assistia muitos programas católicos na televisão. Foi quando começou a refletir se Deus o chamava para ser padre. “O que mais marcava o sacerdócio era a o Sacramento da Confissão e a consagração eucarística. Isso começou a falar mais forte no meu coração”, destacou. 

CAMINHADA

Na época, o jovem fez uma rápida experiência em uma congregação religiosa e, depois, ingressou na Comunidade Aliança de Misericórdia. “Nesse caminho, Deus foi em encantando cada vez mais e me dando percepções de que era essa vocação mesmo que devia seguir”. 
Sua família sofreu no início por ter que deixar Piracicaba e partir em missão pelo Brasil, em cidades como Belo Horizonte (MG) e Manaus (AM). Mas, com o tempo, seus familiares foram compreendendo sua missão. 

Em 2016, Pierre foi ordenado Diácono, ainda ligado à Comunidade, deixando-a um ano depois. Durante 2017, ele atuou pastoralmente na Paróquia Santíssima Trindade, na Região Episcopal Belém. “Foi maravilhoso, um povo simples e humilde”, destacou

MISSIONÁRIO

A experiência missionária de Pierre foi na Diocese de Floriano (PI). “É uma região bastante marcada pela pobreza e, pastoralmente, pela falta de sacerdotes. Durante minha permanência lá, um padre de apenas 40 anos morreu por causa da diabetes. No entanto, encontrei um povo muito fiel. Eu me afeiçoei tanto a eles que depois que for ordenado tenho que voltar lá para reencontrá-los”.

Para Padre Pierre, o sacerdote deve ser a primeira testemunha de missionariedade na Igreja. “Com o exemplo, o sacerdote deve despertar no povo o ardor missionário. Espero poder dar esse exemplo”, afirmou.