‘Somos convidados a viver a Paixão de Cristo em nossa própria vida’

A A
O Cardeal Odilo Scherer presidiu missa do Domingo de Ramos, na Catedral da Sé, que marcou o início da Semana Santa na Igreja Católica
Publicado em: 28/03/2018 - 12:00
Créditos: Redação
Luciney Martins/O SÃO PAULO

A missa do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, no dia 25, abriu oficialmente a Semana Santa. A celebração recorda a entrada solene de Jesus em Jerusalém antes de sua Paixão, Morte e Ressureição. Na Catedral da Sé, a missa principal do dia foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano. O rito de bênção dos ramos aconteceu na Praça da Sé, diante do Marco Zero da cidade. Em seguida, os fiéis seguiram em procissão para o interior da Catedral. Nessa missa foi proclamada a narrativa da Paixão segundo o evangelista São Marcos.

 

ASSOCIAR-SE À PAIXÃO

Na homilia, Dom Odilo destacou que a Igreja celebra a Semana Santa não apenas para recordar que a Paixão de Cristo não deve ser esquecida, mas também para que cada cristão se una ao drama da Paixão de Jesus e dê hoje sua resposta e tome sua atitude diante desses fatos para serem, assim, associados à sua Morte e Ressureição. “Para nós, católicos, a Semana Santa não é uma semana de férias, mas de intensa manifestação da nossa fé, da nossa religiosidade, de renovação da nossa vida cristã, participando com a comunidade”, acrescentou.

O Cardeal Scherer ressaltou que a Paixão de Cristo narrada nos evangelhos foi “algo muito duro”. 

“Jesus foi preso, julgado injustamente com argumentos que não tinham fundamento. Jesus foi condenado à morte por um governante corrupto, fraco, que sabia que Ele era inocente, mas se deixou pressionar por aqueles que queriam sua morte... Um ato de corrupção histórica que ficará lembrado até o fim dos tempos”, afirmou.

 

SUPERAR A VIOLÊNCIA

Ainda segundo o Arcebispo, a Paixão de Cristo teve tudo o que continua acontecendo hoje em dia com muitos irmãos: “acusação iníqua, injúria, desrespeito, injustiça, fatos de corrupção, tortura, condenação à morte, prisão e, finalmente, a morte humilhante na cruz”. 

“Porém, Jesus era inocente e, além disso, era o Filho de Deus feito homem. Por isso, a sua Paixão e os seus sofrimentos não foram em vão”, completou. 

 “A Paixão de Cristo nos pede que, também hoje, nós evitemos toda forma de traição, infidelidade a Deus, de toda forma de corrupção, de maledicência, de acusação injusta, de toda calúnia”, exortou Dom Odilo, afirmando, que assim como acontece nos dias atuais, também naquela época foram criadas “ fake news ” (notícias falsas) para pedirem a morte de Jesus. “Quantas fake news circulam hoje matando os irmãos moralmente, fazendo todo mal”, disse. 

O Arcebispo recordou que também hoje os cristãos são convidados a carregar a cruz junto com Jesus, como fez Simão Cirineu. “Todos nós somos convidados a permanecer firmes com Jesus, apesar das injúrias e desprezo. Somos convidados a viver a Paixão de Cristo em nossa própria vida e a nos renovarmos na sua Ressureição para vivermos com Ele a vida nova”. 

 

GESTO CONCRETO

Recordando o tema da Campanha da Fraternidade 2018, que este ano trata da superação da violência, o Cardeal afirmou que “a Paixão de Jesus nos ensina a não fazermos vítimas de violência a ninguém, de não sermos promotores da violência. Todos nós somos convidados a socorrer as vítimas da violência e a ajudar para que a nossa cultura e a nossa sociedade no seu conjunto superem isso que é uma verdadeira doença, a epidemia da violência que está no meio de nós”.