Vicariato promove pesquisa em sintonia com o sínodo arquidiocesano

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O objetivo é auxiliar as escolas católicas a fortalecerem a identidade confessional e pensarem planos de ação
Publicado em: 08/03/2018 - 10:00
Créditos: Redação

Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade

O Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade iniciou, em fevereiro, reuniões com todas as escolas católicas na Arquidiocese de São Paulo, que somam cerca de 80. O objetivo é realizar uma grande pesquisa, que alcançará pais, professores e alunos, e que foi motivada a partir das orientações do sínodo arquidiocesano, aberto oficialmente no dia 24 de fevereiro.

As escolas foram agrupadas de acordo com a região episcopal na qual estão situadas. Na primeira reunião, que aconteceu na Região Santana, Dom Carlos Lema Garcia, Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade, e Padre Vandro Pisaneschi, Coordenador de Pastoral do Vicariato, explicaram como será a participação das escolas.

Em parceria com a Avaliativa – empresa especializada em avaliações educacionais –, o Vicariato pretende que cada escola viva uma experiência sinodal, que possa olhar para a própria realidade e valorizar os aspectos positivos e melhorar aqueles a serem aperfeiçoados, especialmente no que se refere à participação na missão evangelizadora da Igreja dentro da Arquidiocese.

“Queremos auxiliar as escolas a refletirem sobre sua identidade católica e pensarem em propostas que ajudem a aperfeiçoar sua missão eclesial. Todos os questionários serão respondidos por meio de uma plataforma digital, respeitando o anonimato dos participantes, e somente a 
escola terá acesso ao resultado detalhado da sua pesquisa”, explicou Padre Vandro, à reportagem do O SÃO PAULO.

O Padre enfatizou que não se trata de uma avaliação, pois não há gabarito que determine certo ou errado. “A ideia é fazer um grande levantamento de dados, com questões que possibilitem conhecer o perfil religioso dos alunos, professores e familiares, e o que eles pensam e esperam da Igreja e das escolas católicas que escolheram para estudar ou trabalhar”, continuou.

A partir dos resultados obtidos, o Vicariato espera que a escola crie um plano de ação voltado para a valorização daquilo que está caminhando bem e ao aperfeiçoamento do que for percebido como aquém das expectativas. No fim de 2018, cada escola entregará um relatório ao Vicariato, elaborado por uma comissão formada pela própria escola, com representantes dos pais, alunos, professores e funcionários. Nesse relatório, a escola indicará o que a pesquisa lhe mostrou, com eventuais iniciativas a serem desenvolvidas, visando melhor responder a sua missão eclesial e comunitária.

Com os relatórios provenientes das escolas, o Vicariato, por sua vez, pretende fazer uma síntese, em 2019, sem mencionar cada escola, que será apresentada numa assembleia arquidiocesana com os representantes de todas as escolas. “A partir desses dados, todos os representantes refletirão sobre a situação das escolas católicas, destacando os dados positivos e as melhores iniciativas sugeridas. Em uma segunda e última assembleia, será redigido um relatório final do Vicariato a ser oferecido como contribuição das escolas católicas de São Paulo à assembleia sinodal conclusiva de toda a Arquidiocese, em 2020”, explicou o Coordenador de Pastoral.

Além da Região Santana, a Região Episcopal Belém também já recebeu a proposta do Vicariato, e o plano é de que, até o final de março, o Vicariato já tenha se encontrado com as escolas de todas as regiões. “A recepção por parte das escolas está sendo muito positiva. As escolas estão felizes com esta possibilidade de comunhão, partilha e conversão que o sínodo está oferecendo”, disse Padre Vandro.

 

COLÉGIO FRANCISCANO SÃO MIGUEL ARCANJO

O Colégio Franciscano São Miguel Arcanjo foi fundado em 1952 e é mantido pelas Irmãs de São Francisco da Providência de Deus, que, ao chegarem em Vila Zelina, na zona Leste da Capital, encontraram muitas dificuldades, sobretudo vividas pelos imigrantes lituanos.

“Era uma realidade de muita escassez e sofrimento. No entanto, as irmãs começaram a construção da escola, que inicialmente se tratava de galpões pequenos de madeira, onde elas davam suas aulas em Inglês e, muitas vezes, em Lituano, até que foram, simultaneamente, aprendendo o Português e estenderam as aulas a todos da região”, contou à reportagem a Irmã Selma Maria dos Santos, Diretora do Colégio Franciscano São Miguel Arcanjo.

As Irmãs Selma e Joanice Conceição dos Santos, Diretora Administrativa do Colégio, estavam presentes no dia da criação do Vicariato e, desde então, acompanham e apoiam todas as atividades propostas. “Em novembro de 2017, Dom Carlos Lema esteve conosco, visitou as salas de aula e demais espaços do Colégio, além de conversar, de maneira simples e próxima, com alunos e professores. Em seguida, almoçou conosco. Para nós, foi muito importante aquela visita e a disposição em ajudar a educação básica católica. Com isso, quero destacar a importância do Vicariato para nós da Educação Básica Católica”, disse Irmã Selma.

Para a Diretora do Colégio Franciscano, o projeto da pesquisa pode ajudar a manutenção da identidade da Escola. “Somos uma escola confessional católica e franciscana, e todos sabemos o quanto somos, de certo modo,perseguidos nos dias atuais por grandes grupos de investidores internacionais e nacionais, pela mídia, enfim, por tantas pessoas e grupos que querem depreciar a educação confessional católica. Acredito na força da união e na liderança do Vicariato em conjunto com a Associação Nacional de Educação Católica (Anec), para que continuemos firmes com a nossa missão de educar”, salientou Irmã Selma.

O Colégio Franciscano tem 1.036 alunos, nos seguintes segmentos: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, além de outros cursos, tais como: Middle School e High School, em parceria com a Missouri University. “Oferecemos Catequese para Eucaristia e Crisma, várias modalidades de esporte, tais como ginástica rítmica, capoeira, futsal, handebol, teatro, dança, além de outros”, explicou a Diretora.

“Acredito que toda a Igreja realiza muitas coisas bonitas e importantes, mas, às vezes, cada um faz seu trabalho de modo isolado, enfrentando grandes desafios. Acho que a união, respeitada as especificidades de cada um, pode agregar muito. Sentir que não estamos sozinhos pode ser motivador para todos. Além disso, ver que outros enfrentam dificuldades iguais ou até maiores que as nossas nos serve de estímulo para perseverar, e cada gesto de amor que fazemos, por menor que seja, pode provocar mudanças incomensuráveis. Juntos somos mais fortes e podemos ir mais longe. Há muita gente boa fazendo coisas incríveis, precisamos conhecê- -las”, acrescentou Padre Vandro.