A HITÓRIA COM OS OLHOS DO RESSUSCITADO - Pe. Reuberson, mSC

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26/04/2018 - 00:15

QUINTA FEIRA DA 4ª SEMANA DA PASCOA

Leituras: At 13, 13-25 - 28; Sl:88; Evangelho: Jo 13, 16-20


O tempo pascal, que agora celebramos, imerge-nos cada vez mais no mistério da ressurreição. Ele ensina-nos por símbolos, leituras e orações que Jesus, o pobre de Nazaré, aquele que passou fazendo o bem, é o ressuscitado que vive eternamente. Ele venceu a morte, garantiu-nos a vida eterna (Jo 6 ,51b). Seu sacrifício redentor, por isso, renova a confiança daqueles que creem numa vida que se transforma, numa história  que se renova.
Nesse sentido, a alegria pascal desta liturgia da quinta feira da quarta semana da páscoa, convida-nos a ler a história de nossa vida, os fatos do nosso cotidiano a partir do mistério do ressuscitado. Desafia-nos, não obstante as agruras e intempéries diárias a perceber os sinais da ação de Deus presente na história e reescreve-la, como cristão, sob a flâmula do serviço a humanidade em vista do reino de Deus.
 A primeira leitura, retirada do livro dos Atos dos apóstolos, apresenta os primeiros passos missionários de Paulo. Ele, juntamente com Barnabé está numa sinagoga na Antioquia da Psídia(v.14), num ato litúrgico(v.15). A frente do povo, após a leituras, Paulo revisita a história de Israel (v.17-23) lendo-a à luz da ressureição de Jesus e  afirmando que Ele é o salvador da descendência de Davi que fora prometido(v.23), anunciado por João (v.25) e enviado ao mundo pelo Senhor(v.23.). Paulo, desse modo, ensina-nos a ler a história de Jesus Ressuscitado como continuação da história do povo de Deus. Ao mesmo tempo, desafia-nos a inserirmo-nos nessa história e a comtemplarmos nossos próprios passos, mesmo em meio às dificuldades, como parte dessa realidade. Perceber que a vida e cheia de vicissitudes, mas eternamente grávida de esperança. 


O Salmo e o evangelho aprofundam à sua maneira a leitura da história com os olhos da fé. O Salmo retoma a figura de Davi e a promessa que Deus fizera de sempre está ao lado do seu servo, garantido seu amor ao povo por todas as gerações, inclusive a nossa. O Evangelho, por seu turno, escrito por João, apresenta-nos o serviço ao próximo como modelo para construir e narrar a história. Nesse texto, após o simbólico gesto de lavar os pés dos discípulos, Cristo convida aqueles que o seguem a tomarem parte do seu exemplo, a exercerem sua profissão de fé no serviço concreto à humanidade. Esse serviço será critério de felicidade e fidelidade (v.17), quem não tomar parte dessa condição, assemelha-se a um traidor (v.18-19). Assim, compreende-se que uma maneira do cristão vive, à luz da fé a história e afirmar sua presença em meio à humanidade é servindo ao próximo, aos frágeis a quem Deus tanto ama.
As leituras da liturgia desta quinta-feira, portanto, apresentam-nos que a ressurreição de Jesus e toda sua prática de serviço e humildade em meio aos frágeis  são as chaves para ler e reescrever a história da humanidade renovada.

Pe. Reuberson Ferreira, mSC – Mestre em Teologia.Trabalha na Paróquia S. Miguel Arcanjo, Arquidiocese de São Paulo.

(Escreve todas as quintas feiras neste espaço)