O GRÃO DE TRIGO > Raul Amorim

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10/08/2018 - 08:45

Jo. 12, 24-26

Após sua entrada em Jerusalém, com a acolhida entusiástica da multidão, Jesus anuncia que é chegada a hora de sua glorificação pelo seu cumprimento fiel a vontade do Pai, até o fim, sem medo das ameaças que vinha sofrendo.

Jo. 12,24: “E eu garanto a vocês: Se o grão de trigo, ao cair na terra, não morrer ficará sozinho. Mas, se morrer, produzirá muito fruto”.

A morte do grão de trigo é o caminho que ele segue para nascer de novo e produzir mais frutos. Este é o modelo que Jesus toma para si mesmo... É preciso ter uma grande visão da vida e da morte para alguém dizer de si mesmo que precisa morrer para produzir frutos.

O evangelista João usa a parábola da semente que se encontra em Mateus, Marcos e Lucas. Ele usa a mesma imagem para ensinar que o grão que não morre fica só. É o individualismo e o terror da solidão. O grão para multiplicar-se em novos frutos, tem que cair na terra e morrer. É a comunicação, a fraternidade e o serviço à vida.

Jo. 12,25: “Quem tem apego à sua própria vida, vai perdê-la; quem despreza a própria vida neste mundo, vai guardá-la para a vida eterna”.

A morte não é o último ato isolado da existência, mas é o termo de uma vida devotada ao amor. Apegar-se à vida é querer afirmá-la em conformidade com os critérios da ideologia de sucesso deste mundo sob o controle dos poderosos, agente de morte lenta ou violenta.

Guardar a vida na vida eterna supõe o desprezo desta ideologia de sucesso e poder, que impõe a submissão pela manipulação dos meios de comunicação.

Jo. 12,26: “Se alguém quer servir a mim, que me siga. E onde eu estiver aí também estará o meu servo. Se alguém serve a mim, o Pai vai honrá-lo”.

O texto de hoje nos questiona a respeito do que significa realmente: Seguir Jesus. Não basta vê-lo ou contemplá-lo como quem assiste a um filme. É preciso assumir o compromisso de carregar com Ele a cruz.

O Documento de Aparecida nos fala das características dos seguidores e das seguidoras de Jesus: “Como características do discípulo, indicadas pela iniciação cristã, destacamos que ele tenha como centro a pessoa de Jesus Cristo, nosso Salvador e plenitude de nossa humanidade, fonte de toda maturidade humana e cristã, que tenha o espírito de oração, seja amante da Palavra, pratique a confissão freqüente e participe da Eucaristia, que se insira cordialmente na comunidade eclesial e social, seja solidário no amor e um fervoroso missionário”. (DA, 292)

P/ CEBI (Centro Estudos Bíblicos) Raul de Amorim Pires> raul4ap@gmail.com