“Tu és o Messias, o filho de Deus vivo” - Pe. Reuberson

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22/02/2018 - 10:15

FESTA DA CÁTEDRA DE PEDRO

Leituras: 1Pd 5,1-4 / Sl:22(23) / Evangelho: Mt 16, 13-19

Experimentando diariamente a penitência, o jejum e a oração avançamos na caminhada Quaresmal. Em meio a esse tempo litúrgico a Igreja pedagogicamente nos apresenta alguns ofícios festivos. Hoje, de maneira especial, ela nos convida a celebrar a cátedra de São Pedro. Uma festa antiga, testemunhada em Roma a partir do século IV da Era Cristã.

 Nesse espírito a liturgia deste oficio festivo nos convida a meditar sobre nossa adesão à fé em Jesus professada pelo Apóstolo Pedro. Tal profissão, na prática, exorta-nos à um compromisso com a construção do Reino de Deus, a um exercício de serviço e zelo pastoral pelos irmãos.

Na primeira leitura, extraída da carta da Pedro há uma série de conselhos aos presbíteros extensiva a todos os cristãos. Trata-se de normas para viver, na prática, a fé professada em Jesus. O autor da carta atesta que aquele que crer no Cristo, cuida dos que lhes são confiados. Ele deve ser testemunha do sofrimento de Senhor (v.2); Gozar de um coração generoso (v.2) e conduzir os irmãos mais pelo exemplo do que pela coação(v.3). Em síntese, de maneira concreta, professar a fé no filho de Deus (Mt 16,16) é cuidar de maneira testemunhal do bem daqueles com quem partilhamos a vida e a fé até a volta do supremo pastor (v.4)

O Salmo enfatiza a dimensão do cuidado, do zelo com o outro. Deus é o bom pastor, o supremo pastor de quem fala a primeira leitura. Inspirados nele e confiando na sua bondade somos desafiados a sermos homens e mulheres que buscam zelar pelo bem da humanidade e da casa comum.

O Evangelho, por seu turno, expressa o leitmotiv desta festa, a profissão de fé do apóstolo Pedro. Na Cesareia, pouco depois da segunda multiplicação dos pães, Jesus inquiri seus discípulos sobre sua identidade (v.13) Após algumas respostas, Pedro afirma de modo insofismável que ele é o “ messias, o filho de Deus vivo”. Sobre está profissão de fé assenta-se a identidade da Igreja. A certeza de que Jesus é o filho do Deus que veio ao mundo seu Reino anunciar. A Igreja, até a volta do Senhor, é o sacramento desse Reino. Para construção do Reino, para fidelidade ao Evangelho é que ela se dirige.

Em síntese, a liturgia desta festa nos assegura que nossa profissão de fé em Jesus, o  messias filho de Deus, sob a qual se assenta a verdade mais profunda sobre  a Igreja,  tem sua expressão concreta no  cuidado como o  outro. O destino e a missão final da Igreja é testemunhar esse Deus vivo. Para tanto, ele deve ser cada vez mais fiel ao Evangelho e não em si mesma.

 

*Pe. Reuberson Ferreira, M.S.C é mestre em teologia - PUC/SP. Trabalha na Paróquia S. Miguel Arcanjo, Arquidiocese de São Paulo.