Diálogos com a Cidade destaca que a ética é indispensável à política

A A
Evento na quarta-feira, 16, teve a presença do Cardeal Scherer e de juristas, que responderam a perguntas de participantes e internautas
Publicado em: 17/05/2018 - 12:00
Créditos: Daniel Gomes/ O SÃO PAULO

Uma noite de reflexões sobre a ética na política foi a proposta da quarta edição do “Diálogos com a Cidade”, realizado pela Arquidiocese de São Paulo, na quarta-feira, 16, no anfiteatro do Tuca, na zona Oeste da cidade.

Inspirado na série “Pátio dos gentios”, promovida pelo Pontifício Conselho para a Cultura da Cúria Romana, o “Diálogos com a cidade” propõe uma interação entre a Igreja Católica e a sociedade civil.

Os debatedores da quarta edição foram o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo; o desembargador Carlos Eduardo Cauduro Padin, presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP); e o advogado Luciano Caparroz Pereira Santos, diretor do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE).

Além de exposições próprias sobre a temática da ética na política, os debatedores responderam a perguntas dos presentes ao anfiteatro do Tuca e daqueles que interagiram durante a transmissão ao vivo do evento pelo Facebook do Cardeal Scherer.

CLIQUE E ASSISTA A ÍNTEGRA DO EVENTO

Dom Odilo: católicos devem estar na política

Em sua exposição inicial, o Cardeal Scherer leu a íntegra da mensagem da CNBB “Eleições 2018: Compromisso e Esperança”, da qual foi um dos autores junto com os demais bispos participantes da 56a Assembleia Geral da CNBB, em abril.

Ao responder a perguntas, Dom Odilo ressaltou que é dever de todos zelar pela busca do bem comum e incentivou todos os católicos, especialmente os mais jovens, à participação na política, inicialmente nas situações cotidianas para posterior carreira na politica institucional.

O Arcebispo de São Paulo lembrou que não se deve generalizar negativamente os políticos, pois há aqueles que fazem o certo e devem servir de inspiração.

O Cardeal lembrou que a Igreja orienta o clero para que não milite na política partidária, até em respeito à garantia da democracia e à laicidade do Estado, mas que incentiva a participação dos leigos, inclusive como candidatos, sendo que, se eleitos, não devem renunciar às suas convicções religiosas.

Luciano Santos: o poder é do eleitor

O advogado Luciano Santos iniciou sua exposição ressaltando que não faz sentido que se desmoralize a política, pois ela é parte do cotidiano das pessoas.

Santos enalteceu a mobilização popular que redundou na aprovação das leis 9840/99 - que combate compra de votos - e a Lei da Ficha Limpa (lei 135/2010) – que torna inelegível candidatos condenados em segunda instância pela Justiça – legislações que, segundo ele, buscam melhorar o quadro da representação política no País.

Ainda de acordo com o Diretor do MCCE, acima de qualquer legislação é o eleitor o principal responsável pela garantia da ética na política, pois é a este que compete a escolha de candidatos éticos e o acompanhamento do que realizam ao longo dos mandatos. Nesse sentido, o advogado ressaltou que neste ano as atenções não devem estar voltadas apenas para as eleições no Executivo, mas também ao Legislativo.

Santos opinou, ainda, que quem troca seu voto para conseguir benefícios pessoais, por menores que sejam, adota uma postura individualista, e não pensa no bem comum.

Padin: Ética é uma postura pessoal, que passa pela educação

Em sua fala inicial, o Desembargador Padin comentou sobre a responsabilidade do TRE-SP de coordenar as eleições no estado que concentra aproximadamente 40% do eleitorado brasileiro.

O Presidente do TRE-SP comentou que a ética deve estar presente em todas as situações, inclusive na política, e que esta quando bem exercida leva à promoção do bem comum, proporcionado que a ação do poder público se volte para a coletividade.

Em seu entender, o comportamento ético deve partir da convicção de cada pessoa, assim como a fé, mas que para isso é preciso que todos sejam educados para agir eticamente sempre.

O Desembargador comentou ainda que o judiciário nunca deve atuar com base no clamor popular, disse que as fake news envolvendo as eleições não são um fenômeno novo, sendo assim importante, que cada pessoa, procure checar a veracidade das informações. Por fim, Padin enfatizou que a votação em urna eletrônica é segura e assim se manterá com a adoção da impressão dos votos a partir deste ano.

 

LEIA A REPORTAGEM COMPLETA NA PRÓXIMA EDIÇÃO IMPRESSA DO O SÃO PAULO, A PARTIR DE 16 DE MAIO