Dom Angélico: 85 anos testemunhando que Deus é amor

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Missa pelos seus 85 anos de vida do antigo Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo foi celebrada na Paróquia São Judas Tadeu
Publicado em: 24/01/2018 - 14:00
Créditos: Redação

Viviane dos Santos

A igreja-matriz da Paróquia São Judas Tadeu estava lotada: paroquianos, leigos das pastorais sociais, amigos, parentes, autoridades políticas, todos foram para levar seu abraço fraterno a Dom Angélico Sândalo Bernardino, Bispo Emérito de Blumenau (SC) e que atuou como Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo entre 1975 e 2000. 

Já antes da celebração, o “velhinho”, como ele mesmo se intitula, fez questão de cumprimentar a todos, sempre com um sorriso no rosto e um abraço amigo.

No prebistério, mais de dez padres, vindos de várias partes da cidade e de outras regiões do Brasil, concelebraram a missa, incluindo o Padre Antonio Claro Leite, Pároco, popularmente conhecido como Padre Toninho, que comemorou seu aniversário natalício em 9 de janeiro. 

Na homília, o Cônego Antonio Manzatto, do clero atuante na Região Brasilândia e professor de Teologia da PUC-SP, fez um resgate histórico e emocionado sobre a pessoa de Dom Angélico. 

“A mensagem de Deus foi trazida à periferia da cidade grande por esse homem angélico. Na zona Leste ou na zona Noroeste, o anjo que veio de Ribeirão Preto (SP), continua ainda hoje, 85 anos, de costume, a repetir a mesma mensagem que todos nós aprendemos: ‘Deus é amor, esperança sempre’”, expressou o Cônego.

Nas palavras do Cônego Manzatto, Dom Angélico sempre se dedicou aos mais pobres, sendo profeta da esperança, construtor da paz e da justiça, um homem de Deus enviado à periferia, intenso e incansável em seu ministério, sempre trazendo uma mensagem de esperança e coragem: “Seu afeto, seu sorriso aberto, seu abraço largo, suas palavras sábias, para nós são sacramentos da ação de Deus”.  

No ofertório, os membros das pastorais sociais da Região Brasilândia e da Arquidiocese de São Paulo traziam em suas mãos as bandeiras de luta e os símbolos do trabalho de homens e mulheres que Dom Angélico sempre apoiou e ajudou. 

Muito emocionado, Dom Angélico, ao final da celebração, agradeceu a todos e aproveitou para comentar sobre o atual momento político que o País vive. 

Dom Angélico nasceu em Saltinho (SP), em 19 de janeiro de 1933, e foi ordenado sacerdote em 12 de julho de 1959. Como Bispo Auxiliar de São Paulo, teve atuação marcante em favor da população menos favorecida, sendo bispo responsável pela Pastoral Operária. Foi Vigário Episcopal das Regiões Episcopais em São Miguel Paulista (antes de esta tornar-se diocese), Belém e Brasilândia, além de responsável pela Cáritas no Regional Sul 1 da CNBB e diretor do jornal O SÃO PAULO , semanário arquidiocesano. Nomeado por São João Paulo II para ser o primeiro bispo de Blumenau, tomou posse naquela Diocese no 2000. Devido à idade avançada, se aposentou em 2009, e desde então reside na periferia da Região Brasilândia.