" A vitória sobre Satanás"

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08/06/2015 - 10:00

Jesus manifesta-se no evangelho de hoje como a “descendência da mulher”, que dá combate e vence o antigo inimigo da humanidade, representado pela “serpente”.

Mas o evangelho de hoje revela também toda a “fragilidade humana” de Jesus (Kenosis). Seus “parentes” o consideram “louco” e saem para detê-lo. Os “escribas” dizem que está “possesso” por Belzebu e que expulsa os demônios em nome de Satanás; e que, portanto, é seu cúmplice. Dois julgamentos severos e equivocados. E Jesus responde prontamente aos seus acusadores.

Aos escribas, afirma categoricamente que é mais forte que o príncipe dos demônios, e que veio a este mundo justamente para combater Satanás. Vence-o no deserto, após o seu batismo; vence-o expulsando os demônios; e o vencerá definitivamente na cruz. É ele, Jesus, o homem forte que guarda a casa. Tudo isso ele o faz pelo Espírito Santo e não por algum espírito imundo. E adverte que o pecado contra o Espírito Santo é atribuir a Satanás o que é obra do Espírito Santo. Quem comete esse pecado se exclui voluntariamente da salvação, pois Deus não pode salvar quem não quer ser salvo.

O pecado contra o Espírito Santo é irremissível, não porque mais grave que todos os outros, mas porque inclui em si a rejeição do perdão, excluindo a atitude de fé e de conversão.

Por sua vez, os parentes de Jesus vão até Cafarnaum, para levá-lo de volta para sua casa, em Nazaré. Muitas são as razões para isso: muito tempo fora da família, notícias contraditórias sobre a sua atividade, mensagem em contraste com a doutrina oficial dos escribas e fariseus, contato com os pecadores de quem é amigo, não seguimento da tradição dos antigos nem respeito pelo sábado; enfim, Jesus é considerado louco e herético. A intenção principal é reconduzi-lo ao caminho reto de um autêntico judeu. Como, já no início, era difícil aceitar a mensagem de Jesus (...).

 E Jesus responde: “Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mc 3, 35). Jesus não desvaloriza a consanguinidade nem despreza seus parentes. Mas o reino de Deus apresenta ao discípulo exigências que às vezes podem ir mais além dos vínculos naturais de família. Seguir Jesus exige renúncias (...).

A descendência da mulher esmagará a cabeça da serpente, porém, esta lhe ferirá o calcanhar, ou seja, a obra salvífica de Cristo se dá através do sofrimento. Amém!