“Eucaristia: pão da vida eterna”

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10/08/2015 - 12:30

19° DOMINGO DO TEMPO COMUM - Homilia Dominical

 

A mensagem da liturgia de hoje está resumida no refrão do salmo responsorial: “Provai e vede quão suave é o Senhor!”. Provar significa ‘experimentar’. E experimentar, por sua vez, implica conhecer uma realidade mais profundamente, em todos os seus detalhes e nuances. Só que o processo de experimentar é contínuo, sempre vamos descobrindo coisas novas a respeito das realidades que experimentamos.

A partir do momento que, de fato, experimentamos, formamos também uma opinião pessoal, que pode ser favorável, ou não, à realidade provada. Esta opinião quando consolidada ao longo do tempo constitui aquilo que chamamos de “convicção”. A fé é a convicção de que Deus é bom, cuida de cada um de nós, quer sempre o nosso bem, e não nos abandona nunca! Porém, a fé é fruto de uma experiência profunda da bondade de Deus. Sem experiência, não há fé verdadeira. Há tão somente uma ‘suposta fé’, que não se sustenta com a dureza da vida.

A fé vai se fortalecendo ao longo de nossa vida. É fruto de experiência; não é ato mágico. Neste sentido, a experiência do profeta Elias é ‘paradigmática’. Sua experiência de Deus no deserto é um verdadeiro modelo para todos nós.

Incompreendido, desiludido, abatido e desanimado, disposto a desistir de tudo, Elias pede a morte. Acha que Deus o abandonou. Está, no entanto, totalmente enganado. Deus não nos abandona nunca. Está sempre junto de nós. E Elias, numa profunda depressão, experimenta, como nunca antes experimentara, a presença forte e próxima de Deus. Alimentado pela “força de Deus” (pão, figura da eucaristia), Elias se levanta e caminha pelo deserto. Deus não eliminou os perseguidores, sua ação foi dar “coragem” a Elias para continuar sua missão. Assim também ele age conosco.

No evangelho, Jesus afirma: “Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá” (Jo 6, 49). É preciso comer o pão. O “pão eucarístico” evita a morte eterna, coisa que o maná não pôde fazer. “Jesus eucarístico” tem a virtualidade de comunicar a vida eterna, pois somente Ele tem o poder de comunicar o Espírito Santo, penhor da vida eterna.

O Espírito Santo faz a eucaristia e é recebido na eucaristia. Repete-se na eucaristia o que aconteceu na vida de Cristo. No nascimento de Jesus, é o Espírito Santo que doa ao mundo o Cristo (Maria concebeu pela ação do Espírito Santo). No momento de sua morte, é Cristo que doa ao mundo o Espírito Santo (morrendo, entregou o Espírito). Na eucaristia, no momento da consagração, o Espírito Santo nos doa Jesus, e no momento da comunhão, Jesus nos doa o Espírito Santo.

Espirito Santo que nos fortalece para superarmos os vícios, os defeitos, que muitas vezes ainda persistem em nossa vida. Na segunda leitura, São Paulo enumera alguns desses vícios: “(…) amargura, irritação, cólera, gritaria, injúrias, tudo isso deve desaparecer do meio de vós (…)” (Ef 4, 31). Portanto, conversão pessoal e comunitária é o fruto do Espírito em nós! É o efeito da eucaristia em nossa vida. Amém!

 

 

09/08/2015