A Alegria do Evangelho

A A
12/12/2013 - 00:00

Caro Leitor do jornal O São Paulo, a alegria é um sentimento que dá plenitude à vida e brota da satisfação das aspirações humanas. De certa forma, ela escapa a uma descrição, pois ela supera nossas definições e conceitos. No entanto, todos já a experimentaram alguma vez e evocar a alegria desperta facilmente nossas lembranças. Muitos pensam que a alegria é estranha ao mundo religioso e ao cristianismo onde, predominaria a tristeza. Há certa tendência de se contrapor o cristianismo à alegria: ser cristão parece ser sinônimo de tristeza. Isso, porém, não passa de caricatura da religião e do cristianismo. O cristianismo na sua essência e fonte é alegre: a mensagem cristã é a alegre boa nova da salvação.

Não podemos confundir alegria cristã com desregramento. Através dela, costuma-se procurar uma fuga da vida cotidiana e freqüentemente do problema da própria existência. Foge-se da situação de desamparo e de tristeza crônica, recorrendo a diversões superficiais, que cobrem com o barulho e gargalhadas problemas agudos que não se conseguem solucionar. O resultado dessa dissipação todos nós conhecemos: droga, vício, superficialidade, isolamento.

 

A alegria cristã brota da harmonia entre liberdade, moral e relação com Deus. A alegria do cristão não se desliga do paradoxo da cruz e da ressurreição. Sem cruz não há ressurreição, nem alegria verdadeira, tampouco cristianismo. A alegria que brota do Evangelho não é simplesmente uma alegria que virá em uma etapa posterior, depois da morte. Ela se dá na própria cruz. Infelizmente nem sempre somos capazes de captar este mistério. Foi este também o escândalo dos apóstolos diante da cruz do Senhor. Essa é a tentação de todos nós diante do sofrimento: tentação contra a fé e contra a alegria.

Frequentemente os graves problemas de nosso mundo parecem roubar nossa alegria. Graças ao encontro com o amor de Deus se que converte em amizade feliz podemos viver a verdadeira alegria mesmo em meio a limitações e problemas: a nossa vida não é uma causalidade absurda e sem horizontes, mas sim dom de Deus renovado na morte e ressurreição de Jesus. A morte e a injustiça não têm a última palavra sobre nossa existência e sobre o destino do mundo. A vida em plenitude é nosso destino, preparado pelo Pai e pelo seu Filho no Espírito Santo, que a alegria do Senhor, a alegria do Evangelho nos fortaleça hoje e sempre.


A Alegria do Evangelho