A amizade sincera, sadia e verdadeira une e sustenta a vida cristã

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16/01/2014 - 00:00

Caro Leitor do Jornal O São Paulo, os santos Basílio Magno e Gregório Nazianzeno são muito conhecidos pelas obras publicadas, pela contribuição para a teologia trinitária e pela luta contra a heresia ariana. O trecho do sermão de S. Gregório destaca, porém, um aspecto da vida deles muito significativo para os dias de hoje: a amizade. Uma amizade sincera, sadia, autenticamente cristã os uniu e os sustentou na vida cristã. O que São Gregório descreve da amizade que os unia serve para orientar o modo como cultivamos (ou deveríamos cultivar) as nossas amizades. Boa meditação. “ Encontramo-nos em Atenas.  Como o curso de um rio, que partindo da única fonte se divide em muitos braços, Basílio e eu nos tínhamos separado para buscar a sabedoria em diferentes regiões. Mas voltamos a nos reunir como se nos tivéssemos posto de acordo, sem dúvida porque Deus assim quis.

Nesta ocasião, eu não apenas admirava meu grande amigo Basílio vendo-lhe a seriedade de costumes e a maturidade e prudência de suas palavras, mas ainda tratava de persuadir a outros que não o conheciam tão bem a fazerem o mesmo. Logo começou a ser considerado por muitos que já conheciam sua reputação.

Que acontece então? Ele foi quase o único entre todos os que iam estudar em Atenas a ser dispensado da lei comum; e parecia ter alcançado maior estima do que comportava sua condição de novato.

Este foi o prelúdio de nossa amizade, a centelha que fez surgir nossa intimidade; assim fomos tocados pelo amor fraterno mútuo.
Com o passar do tempo, confessamos um ao outro nosso desejo: a filosofia era o que almejávamos.

Movia-nos igual desejo de obter o que há de mais invejável: A ciência; no entanto, não tínhamos inveja, mas valorizávamos a emulação.

A única tarefa e objetivo de ambos era alcançar a virtude e viver para as esperanças futuras, de tal forma que, mesmo antes de partirmos desta vida, tivéssemos emigrado dela. Nesta perspectiva, organizamos toda a nossa vida e maneira de agir. Deixamo-nos conduzir pelos mandamentos divinos estimulando-nos mutuamente à prática da virtude. E, se não parecer presunção minha dizê-lo, éramos um para o outro regra e o modelo para discernir o certo e o errado.

Assim como cada pessoa tem um sobrenome recebido de seus pais ou adquirido de si próprio, isto é, por causa da atividade ou orientação de sua vida, para nós a maior atividade e o maior nome era sermos realmente cristãos e como tal reconhecidos.


A amizade sincera, sadia e verdadeira une e sustenta a vida cristã