Querido Leitor do Jornal O São Paulo. o Papa Francisco disse que "amar Cristo sem amar a Igreja é uma dicotomia absurda". Para continuar na mesma linha partilho com você um texto já bem antigo, mas muito atual. Boa leitura e meditação.
“Amo a Igreja.
Esta Igreja santa às vezes é abandonada por alguns que receberam tudo dela
e que se tornaram cegos aos seus dons.
Por vezes, em certos momentos como agora,
se mofam dela alguns que continuam a receber dela seu alimento.
Um vento de crítica amarga, universal e sem inteligência,
chega por vezes a transtornar as cabeças e a apodrecer os corações.
Um vento assolador, esterilizante, um vento destruidor,
hostil ao sopro do Espírito.
É nesse momento, quando contemplo o rosto humilhado de minha mãe,
que mais a amo.
Sem lançar-me a contra-críticas,
saberei demonstrar que a amo na sua forma de escrava.
E justamente na hora em que alguns ficam hipnotizados
diante dos traços de um rosto apresentado como envelhecido,
o amor me fará descobrir nela com muito mais verdade suas forças ocultas,
suas atividades silenciosas, que constituem sua perene juventude,
todas as grandes coisas que nascem no seu coração
e que converterão a terra por contágio.
A Igreja, hoje mesmo, está me dando Jesus.
Explica-me, ensina-me a vê-lo,
conserva para mim sua presença.
Dizer isto é dizer tudo.
Que poderia eu saber de Jesus,
que vínculo haveria entre nós dois sem a Igreja?
(H. DE LUBAC, Paradoja y misterio de la Iglesia, 25.20).”
Artigo publicado no Jornal O São Paulo - 04/02/2014