Mensagem de Natal de Dom Julio Endi Akamine

A A
25/12/2014 - 00:00

Vídeo da mensagem: http://youtu.be/FsMR6IZ2vek

Hoje é Natal. Em Belém, os anjos anunciam duas coisas fundamentais não só para o dia de hoje, mas também para todos os dias da vida. Os anjos anunciam a “glória de Deus” e “a paz aos homens”.

De fato, ninguém dá tanta glória a Deus como o Menino que nasce em Belém e está deitado em palhas. Só Jesus, o Verbo Eterno, oferece ao Pai o louvor perfeito, infinito, digno de Deus.

É fato também que só Jesus Salvador dá aos homens e mulheres a paz que tanto desejam. Todos nós desejamos a paz verdadeira. Não nos contentamos somente com a ausência de guerras, a superação da criminalidade e da insegurança. Tudo isso é bom e desejável, mas não é suficiente para satisfazer nosso desejo de paz.

A paz que o Menino de Belém nos traz é aquele que brota da nossa reconciliação com Deus e entre nós. Deus é nosso Pai e os outros são nossos irmãos. Essa é a paz que desejamos com todas as forças do nosso coração.

A primeira e grande paz que nós necessitamos é justamente esta: as boas relações com Deus. O natal proclama a paz porque, pelo nascimento de Jesus, Deus nos oferece o perdão dos pecados e mais ainda a filiação divina. Não somente somos restabelecidos na amizade com Deus, mas também somos introduzidos na relação do Verbo de Deus encarnado. Assim o Criador se torna nosso Pai, e nós nos tornamos seus filhos.

Quando os anjos cantam “paz na terra aos homens de boa vontade” anunciam o Pai celeste que perdoa os pecados e sobretudo nos acolhe como filhos no Filho Jesus. Esta é a benevolência divina que se inclina e se derrama sobre a nossa humanidade, oferecendo-nos a paz.

Jesus é o príncipe da paz porque Ele não só anuncia mas principalmente porque Ele em pessoa é a nossa paz com Deus e com os outros. De fato, se todos nós somos filhos de um único Pai, isso significa de todos somos realmente irmãos entre nós. Deus não é o tirano que nos oprime, nem é o patrão que nos escraviza. Ele é o Pai que nos ama e nos dá o seu Filho amado. O outro não é meu inimigo a quem devo destruir, nem o concorrente a quem devo vencer. O nascimento de Jesus nos faz ver que o outro é meu irmão a quem devo amar e com quem vou me salvar.

A benevolência divina espera e solicita a nossa boa vontade. Com efeito, os anjos proclamam: “paz na terra aos homens de boa vontade”. Se a benevolência de Deus consiste em sua boa vontade para conosco, nós só podemos responder a Deus com semelhante “boa vontade”.

Caro irmão, cara irmã, esforcemo-nos por ter uma boa vontade. Sem boa vontade é impossível receber a paz do Príncipe da Paz. Sem boa vontade colocamo-nos longe da benevolência divina. Se nos faltar boa vontade, a paz permanecerá uma oferta sem acolhida, uma dádiva sem quem a receba, uma mão aberta sem outra para receber.

Lembremo-nos que a vontade só é boa se for reta, se estiver orientada sinceramente e totalmente para o bem. Se nossa vontade estiver voltada para o mal, a paz será impossível. Sem uma adesão do coração indiviso ao bem, a vontade não é boa e a paz desaparecerá de nossa vida. Para que a vontade seja boa é preciso que ela esteja disposta e decidida a aderir prontamente ao bem, que ela não tenha medo das dificuldades e dos sacrifícios que a prática do bem exige.

A cada momento e nas coisas mais insignificantes Deus solicita a nossa boa vontade, a nossa benevolência. O Pai pede de nós a benevolência, a boa vontade porque primeiro Ele a ofereceu a nós no Natal.

A atitude dos pastores nos ensina a corresponder com boa vontade à benevolência divina: logo que ouviram o anúncio do Anjo, deixaram o descanso e os rebanhos para ir às pressas e com grande alegria ao encontro do Menino deitado na manjedoura. Foram eles os primeiros a encontrar o Príncipe da paz e se alegrar com sua paz.

Meu caro irmão, minha cara irmã, corramos também nós, hoje e sempre, com boa vontade e com alegria, ao encontro daquele cujo nome é “Conselheiro Admirável, Deus forte, Pai dos Tempos Futuros, Príncipe da Paz” (Is 9, 5).

FELIZ NATAL!