Santo Alberto Magno testemunha que a verdadeira fé não nega a ciência.

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21/11/2013 - 00:00

Caro leitor do Jornal O São Paulo, celebramos no dia 15 de novembro a memória litúrgica de Santo Alberto Magno. Ele pode ser considerado um monumento do conhecimento e um gênio enciclopédico. Publicou obras sobre os vegetais e as plantas, sobre os animais, sobre os minerais, sobre metafísica, sobre filosofia e teologia. Sua autoridade cresceu tanto que os meios intelectuais de sua época usavam uma sentença para dizer que a discussão tinha acabado: “Magister Albertus dixit” (o Doutor Alberto falou; todos devem se calar). Ciências naturais, física, moral, filosofia, teologia, nada escapou à investigação e ao estudo do Doutor Alberto. Com esse conhecimento universal, mergulhou no campo delicado das relações entre ciência e fé. Nesse campo, ele chegou à conclusão de que a ciência não pode explicar o mistério, mas ajuda a preparar os caminhos de Deus. Grande estudioso e propagador de Aristóteles, afirmou que é possível utilizá-lo assim como Santo Agostinho se valeu de Platão; mas, ao mesmo tempo, não hesitou em distinguir e rejeitar aquilo que nele era contrário à doutrina cristã. Teve como um de seus melhores alunos Santo Tomás de Aquino. A obra de Santo Alberto Magno mostra como as ciências naturais progrediram qualitativamente na Idade Média. A “ciência natural”, dizia ele, “não consiste em confirmar o que os outros disseram, mas em procurar as causas dos fenômenos”. Segundo esse princípio uma conclusão lógica que contrarie a observação deve ser rejeitada; um princípio desmentido pelos fatos é um falso princípio. Santo Alberto afirmava: “nós não temos de procurar na natureza a maneira como o Criador divino, por intervenções imediatas da sua livre vontade, usa as suas criações para operar milagres que manifestem a sua onipotência; devemos antes procurar o que se pode produzir no reino da natureza em razão das causas que lhe são inerentes”. Santo Alberto Magno é uma das evidências de que a Idade Média não é como muitas vezes se pinta a idade das trevas. A Igreja nunca colocou em contradição ciência e fé, e Santo Alberto Magno testemunha o fato de que a verdadeira fé não nega a ciência. Pelo contrário, a verdadeira fé promove o progresso da ciência.

Santo Alberto Magno testemunha que a verdadeira fé não nega a ciência.