Sínodo, caminho de comunhão!

A A
08/02/2019 - 13:30

Sínodo, caminho de comunhão!

O sínodo arquidiocesano é um tempo oportuno para avaliar e discernir sobre a vida da Igreja em São Paulo, naquilo que também é fundamental para ela: sua vida de comunhão e participação.

É certo que o objetivo principal do caminho sinodal é o de realizar uma significativa renovação pastoral em chave missionária, para que a Igreja de São Paulo se empenhe com a nova evangelização e seja ardorosa testemunha e anunciadora do Evangelho de Cristo na Cidade.

O empenho neste propósito, em realizar a missão eclesial de evangelizar, requer da própria Igreja o testemunho de vida em comunhão: “através do sacerdócio comum do Povo de Deus, somos chamados a viver e transmitir a comunhão com a Trindade, pois a evangelização é um chamado à participação da comunhão trinitária” (DAp 157).

Assim, os discípulos missionários de Jesus são chamados a viver em comunhão com o Pai (1Jo 1,3) e com seu Filho morto e ressuscitado, na comunhão no Espírito Santo (2Cor 13,13). A comunhão dos fiéis e das Igrejas Particulares do Povo de Deus se sustenta na comunhão com a Trindade (cf. DAp 155), pois a vocação ao discipulado missionário é con-vocação à comunhão em sua Igreja e a fazer da Igreja uma “casa e escola de comunhão” (cf. DAp 188). Não há discipulado sem comunhão (cf. DAp 156), pois a fé nos conduz à comunhão.

De modo claro e objetivo: a comunhão e a missão estão profundamente unidas entre si. A comunhão é missionária e a missão é para a comunhão. A Igreja atrai as pessoas e os povos para Cristo, não pela propaganda, mas pela comunhão e pela solidariedade (cf. DAp 159), e a Diocese, presidida pelo Bispo, é o primeiro espaço da comunhão e da missão (cf. DAp 169).

Nesse sentido, uma ação pastoral orgânica e renovada deve procurar integrar todos os carismas num “único projeto evangelizador”, que “é essencial para assegurar uma comunhão missionária” (DAp 202).

A partir destes princípios, façamos do próximo momento do sínodo arquidiocesano, no qual se realizarão as assembleias para o sínodo nas Regiões Episcopais e nos Vicariatos ambientais, um “tempo de graça e de avaliação profunda” sobre a vida de comunhão da Arquidiocese de São Paulo.

O testemunho de comunhão eclesial é uma urgência pastoral (cf. DAp 368). Por isso, não tenhamos medo de tratar desse assunto. Tenhamos, sim, a docilidade ao que o “Espírito diz à Igreja” de São Paulo hoje, e busquemos, à luz da Palavra de Deus e do Magistério, rever e fortalecer o caminho de comunhão entre nós.

Padre José Arnaldo Juliano dos Santos

Teólogo-Perito do sínodo arquidiocesano

(Fonte: Edição 3233, do jornal “O São Paulo”, de 30 de janeiro a 05 de fevereiro de 2019, p. 04).