Um grito pela Amazônia

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Dentro da programação do Congresso Eucarístico Nacional 2016, aconteceu o Grito pela Amazônia
Publicado em: 20/08/2016 - 14:45
Créditos: Por Jucelene Rocha e Renata Moraes/ Especial em Belém
 
Assim como não se pode entender Belém e o Pará sem os referenciais da cultura cristã e suas raízes católicas e marianas, também não se pode lançar um olhar sobre a Amazônia brasileira sem dar ouvidos aos muitos gritos dos excluídos e injustiçados que dessa região ecoam.
 
Esses apelos igualmente se fizeram ouvir no CEN 2016, especialmente a partir da missa pela Amazônia que foi presidida pelo Legado Pontifício do papa Francisco neste evento e presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia, Cardeal Cláudio Hummes, e concelebrada pelos bispos da Amazônia.
 
A celebração aconteceu no quinto dia do Congresso, 18, e reuniu indígenas, ribeirinhos e representantes dos principais grupos que atuam em defesa das grandes causas da região, como a garantia do direito às terras originárias das comunidades indígenas constantemente ameaçadas pela expansão do agronegócio, a preservação da biodiversidade, a sustentabilidade ambiental, a preservação dos rios fortemente impactados pela construção de hidrelétricas, a perversa expansão dos projetos de mineração, o tráfico de pessoas e a justa distribuição e manejo dos bens naturais da floresta.
 
Após a celebração diversos grupos e entidades realizaram na Praça da Catedral de Belém, o Grito pela Amazônia. O momento foi marcado por testemunhos e denúncias de crimes ambientais e da violência cometida pelos grandes fazendeiros que não hesitam em iniciar violentos confrontos armados contra ribeirinhos e indígenas. Organizado pela Rede Panamazônica (REPAM) o grito levou para o Congresso Eucarístico Nacional os desafios da evangelização diante do cenário de exploração cultural e econômica na região que, não raro, constituem-se em verdadeiros crimes humanitários ao extinguir as condições básicas para a sobrevivência dos povos originários na Amazônia.
 

Amazônia Missionária

No Brasil, a chamada Amazônia Legal inclui 10 estados brasileiros: Amazonas, Acre, Pará, Amapá, Roraima, Rondônia, Mato Grosso e parte do Maranhão, Goiás e Tocantins. Tem uma superfície que corresponde à 61% do território brasileiro com uma superfície de 5.215.423km² distribuídas em 775 municípios.

Segundo o Censo 2010 do IBGE, cerca de 24 milhões de pessoas vivem nessa região do país, o que representa mais ou menos 12% da população brasileira. Dessa população 70% dos moradores residem em áreas urbanas e 30% em áreas rurais. Número daqueles que integram as comunidades tradicionais e dos povos indígenas somam 4,5 milhões. A Amazônia Legal abriga 12,3% da população Brasileira.

Uma exposição no Angar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia durante o CEN 2016 mostrou uma síntese da Igreja com um rosto Amazônico. De acordo com Monsenhor Raimundo Posidônio, idealizador da exposição, o Congresso expressou a fisionomia da vida e da missão da Igreja na região: “A Amazônia não é só missionada, ela não só recebe missionários que vêm de diversas partes do Brasil e do mundo nesses 400 anos de evangelização, mas ela é também missionária, atualmente centenas de padres e religiosos da Amazônia estão em missão pelo mundo inteiro”, explica.