‘Queremos colocar no coração de Nossa Senhora Aparecida o caminhar da Arquidiocese de São Paulo’

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Destacou o Cardeal Scherer na missa da 123ª Romaria da Arquidiocese ao Santuário Nacional de Aparecida
Publicado em: 06/05/2024 - 11:15
Créditos: Redação

Fiéis de diferentes paróquias da Arquidiocese de São Paulo participaram na manhã do domingo, 5, da 123ª Romaria da Arquidiocese de São Paulo ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, que tradicionalmente ocorre no primeiro domingo do mês de maio, para agradecer à Padroeira do Brasil e a ela confiar as intenções das famílias e de toda a Arquidiocese.

“Maria, vem conosco caminhar” é tema da Romaria deste ano, que teve como momento central a missa das 10h, presidida pelo Cardeal Scherer, Arcebispo Metropolitano. Concelebraram os sete bispos auxiliares da Arquidiocese.

No começo da missa, Dom Odilo saudou de modo especial aos peregrinos da Arquidiocese de São Paulo, convidando que todos sempre formem uma grande comunidade de fé e de oração. “Hoje, sobretudo, lembramos que nossa Mãe sempre está conosco. Onde estão os irmãos de Jesus, a Mãe também está, e isso expressamos de modo especial com esta Romaria”, afirmou.

 

A MÃE OLHA PELOS FILHOS

Na homilia, Dom Odilo ressaltou a alegria da Arquidiocese de São Paulo em poder ir mais uma vez em Romaria ao Santuário Nacional de Aparecida.

“Sempre é bom voltar à Casa da Mãe, pois a mãe lembra aconchego, amor, carinho, refúgio. Nos momentos de apuros, nós chamamos pela mãe, e não é diferente conosco na vida cristã. Jesus nos deu Maria por Mãe para que nós pudéssemos olhar para ela e recorrer em todas as nossas necessidades, já tendo a certeza de que antes de tudo é ela que olha por nós”, disse o Arcebispo, destacando que Mãe Aparecida olha de modo especial pelos doentes e por aqueles que estão com algumas dificuldades. Dom Odilo recomendou a Maria também aqueles que se afastaram da fé católica por alguma razão.

AMAR A DEUS E AO PRÓXIMO

Ao refletir sobre a liturgia do 6º Domingo da Páscoa, Dom Odilo lembrou que os textos apresentam as últimas recomendações de Jesus aos discípulos antes de sua Paixão, especialmente a de que vivam verdadeiramente o amor a Deus e ao próximo. “Ame seu próximo de todo o coração e Deus manifestará Sua presença, Sua vida, Seu amor”, enfatizando, lembrando que ninguém tem maior amor do que Deus.

A liturgia deste dia também indica que Jesus não trata os apóstolos como seus servos, mas como amigos, pelos quais Ele é capaz de dar a própria vida. Neste sentido, o Arcebispo de São Paulo recordou que também hoje os católicos devem ser reconhecidos como os primeiros cristãos, ou seja, como os amigos de Jesus, o que implica sempre pensar se estamos correspondendo ao amor do Amigo que nos ama e nos quer bem. “A condição para ser amigo de Jesus é ser amigo também dos outros”, sublinhou.

NO CORAÇÃO DA MÃE, O CAMINHAR DA ARQUIDIOCESE

Ainda na homilia, Dom Odilo lembrou que a Arquidiocese de São Paulo tem buscado colocar em prática as percepções e propostas decorrentes do 1º sínodo arquidiocesano (2017-2023), fazendo-o também em sintonia com o Sínodo universal, sobre a Igreja sinodal, com a proposta de um caminhar conjunto da Igreja como a grande família de Deus, com cada pessoa assumindo sua parte, participando do grande tesouro da fé.

“O Sínodo nos diz: ‘somos uma Igreja a caminho’. Portanto, não chegamos ainda e por isso não podemos estar parados. Caminhamos, somos um povo caminheiro, peregrinos e devemos estar atentos a todos aqueles que precisam de apoio, de amparo, de socorro, estando interessados uns nos outros; um povo missionário, que proclama ao mundo o Evangelho”, disse.

“Queremos colocar no coração de nossa Mãe, Nossa Senhora Aparecida, este nosso caminhar como Arquidiocese de São Paulo”, sublinhou Dom Odilo ao concluir a homilia, quando disse ainda apresentar à Mãe de Jesus a vontade de renovação da vida da Igreja em um sentido missionário, de comunhão, e não de divisão, com cada pessoa sentindo-se verdadeiramente parte da Igreja.

Após a comunhão, Dom Odilo rezou a oração de consagração a Nossa Senhora Aparecida, e antes da bênção final agradeceu aos padres Redentoristas pela acolhida no Santuário Nacional.

VÍNCULOS HISTÓRICOS

Em 1717, quando foi encontrada a imagem da Padroeira do Brasil, todo o estado de São Paulo pertencia à então Diocese do Rio de Janeiro. Com a criação da Diocese de São Paulo, em 1745, que depois foi elevada a Arquidiocese, em 1908, Aparecida passou a fazer parte de seu território. Somente em 1958 foi criada, pelo Papa Pio XII, a Arquidiocese de Aparecida, tendo como primeiro Arcebispo o Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, até então Arcebispo de São Paulo.

Dom Duarte Leopoldo e Silva, em 1908, obteve do Papa Pio X a concessão do título Basílica Menor para a primeira igreja construída em 1745, em Aparecida, popularmente conhecida como Basílica Velha. Na ocasião, Dom Duarte também celebrou a dedicação do templo.

Até a chegada dos primeiros missionários Redentoristas a Aparecida, em 1894, o atendimento pastoral e espiritual da Basílica ficou aos cuidados do clero da Diocese de São Paulo.

(Edição: Daniel Gomes)