Com o perfil de “comunidade territorial” a Comunidade Tereza de Calcutá se reúne dentro de um Condomínio residencial onde moram quase três mil pessoas. Faz parte da Paróquia Nossa Senhora Aparecida da Vila Arapuá, no Setor Anchieta. No condomínio, a vida eclesial acontece através de diversas iniciativas e tem o ponto alto na celebração mensal da Eucaristia em um dos salões de festas. 

Pela segunda vez, a comunidade fez um retiro na casa das Missionárias da Caridade, congregação fundada pela beata Tereza de Calcutá. Localizada no Jardim Peri, na Zona Norte, a casa atende a idosos encontrados nas ruas da cidade, em sua grande maioria. A tarde de retiro constou de momentos de oração na capela interna das irmãs, celebração eucarística presidida pelo Pe. Ricardo Pinto com a participação da comunidade do Jardim Peri e testemunhos dos acolhidos. A partilha dos dramas e sofrimentos vividos, mas sobretudo o resgate da dignidade de cada um deles marcou a todos por constatarem o quanto a caridade é inclusiva e capaz de curar. Cada um dos acolhidos recebeu como presente uma camiseta com a estampa do rosto da beata Tereza de Calcutá e um frasco de perfume, conforme sugestão da casa. Percebeu-se que, depois de tantos ‘odores’ das ruas, o perfume significava para eles como um ‘sacramento da dignidade reencontrada’.

A presença das Missionárias da Caridade recordou a todos o carisma de Tereza de Calcutá, seja pelo sári branco com listras azuis, seja pelo sorriso, mas, sobretudo, pela fidelidade ao carisma em favor dos mais pobres dos pobres. A resposta ao "Tenho sede" de Jesus, frase escrita ao lado do crucifixo nas capelas, continua hoje, sem nenhum sinal de peso pelo intenso trabalho realizado pelas irmãs.

Na conclusão, a Comunidade partilhou um lanche com os acolhidos e recebeu das religiosas medalhas e a oração pedindo a canonização de Tereza de Calcutá. Um retiro diferente em tarde especial que encheu de alegria o coração de todos. “Foi uma contemplação de sinais de valorização da vida sem ‘poréns’ e um reencontro com o respeito à dignidade humana para além das ideologias do ‘descartável’, porque o amor é mais forte”, definiu Vanessa Suhonara, uma das lideranças da comunidade.