Eu sou o pão da vida

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30/06/2014 - 00:00
Dom Sergio nos convida a olhar continuamente para o Senhor, presente no sacramento do altar, através da participação da santa Missa e comunhão eucarística e, também, através da adoração eucarística fora da Missa

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O bom Jesus, certo dia, estava rodeado de uma multidão a quem ensinava. Ele aproveitou a ocasião para falar de um grande mistério de amor, a Eucaristia, e disse: Eu sou o pão da vida.  Essa verdade não agradou à multidão, por isso houve muita murmuração contra Jesus, até entre os discípulos (Cf. Jo 6,41-44); mas Jesus não esmoreceu e reafirmou diante de todos a grande verdade e o grande presente de amor que estava nos doando, e continuou: Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá para sempre. O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo (Jo 6,51).

A Igreja, desde o início, compreendeu a profundidade dessas palavras de Jesus, a grandeza do Seu amor por nós, e, portanto, professa, solenemente, que o pão e o vinho, pelas palavras de Cristo e pela invocação do Espírito Santo, se tornam o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo (Cf. CIgC 1333), o Pão Vivo descido do céu, que dá aos homens e mulheres a vida em abundância.

Eis porque a Igreja, sem cansar, nos convida a olhar continuamente para o Senhor, presente no sacramento do altar, através da participação da santa Missa e comunhão eucarística e, também, através da adoração eucarística fora da Missa: ninguém coma esta carne, sem antes a adorar; (....) pecaríamos se não a adorássemos (Santo Agostinho).

O Papa Bento 16 disse que A adoração eucarística é apenas o prolongamento visível da celebração eucarística, a qual, em si mesma, é o maior ato de adoração da Igreja: receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude de adoração dAquele que comungamos. Precisamente assim, e apenas assim, é que nos tornamos um só com Ele e, de algum modo, saboreamos, antecipadamente, a beleza da liturgia celeste (SaC 66).

Neste mês de junho, em preparação à Festa de Corpus Christi, vamos organizar nas comunidades uma Semana Eucarística, onde os fiéis terão tempo para se demorar em oração diante do sacramento do altar e onde as pastorais, movimentos e serviços poderão promover momentos de adoração comunitária.

Sejamos generosos! Vamos fazer uma semana e não apenas uma hora por dia de adoração, mesmo que haja murmurações e má vontade da parte de alguns. Queridos pastores e povo eleito, tenham fé, confiança e sejam ousados: Ele é o Pão Vivo e quer alimentar, dar vida aos que Lhe pertencem. 

Os frutos serão abundantes na vida da comunidade, porque a adoração fora da Santa Missa prolonga e intensifica aquilo que se fez na própria celebração litúrgica. Com efeito, somente na adoração pode maturar um acolhimento profundo e verdadeiro e amadurece também a missão social, que está encerrada na Eucaristia e deseja romper as barreiras não apenas entre o Senhor e nós mesmos, mas também, e, sobretudo, as barreiras que nos separam uns dos outros (Bento 16, SaC 67).

 

 

Dom Sergio de Deus Borges - Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana