O centro do ano litúrgico

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15/04/2014 - 00:00
Dom Sergio Borges explica a importância do Tríduo Pascal

O Tríduo Pascal é o centro de todo o ano litúrgico. Ajudados pelos ritos sagradas de Quinta-Feira Santa, da Sexta-feira Santa e da solene Vigília Pascal, reviveremos o mistério da paixão, morte e ressurreição do Senhor.

Estes são dias adequados para despertar em nós um desejo mais profundo de aderir a Cristo e de segui-lo generosamente, conscientes que Ele nos amou a ponto de dar a sua vida por nós. De fato, o que são os acontecimentos que o Tríduo santo nos propõe, a não ser a manifestação sublime deste amor de Deus pelo homem?

Portanto, preparemo-nos para celebrar o Tríduo Pascal acolhendo a exortação de Santo Agostinho: ‘Considera agora atentamente os três dias santos da crucifixão, da sepultura e da ressurreição do Senhor. Destes três mistérios realizamos na vida presente aquilo de que a Cruz é símbolo, enquanto cumprimos através da fé e da esperança aquilo que a sepultura e a ressurreição simbolizam’ (Carta 55, 14,24).

O Tríduo Pascal começa na Quinta-Feira Santa, com a Missa vespertina da Ceia do Senhor, onde celebramos a instituição do sacerdócio e do sacramento da Eucaristia. A Sexta-Feira Santa está centrada no mistério da paixão, dia de jejum e de penitência, completamente orientado para a contemplação de Cristo na Cruz. No Sábado Santo, a Igreja, unindo-se espiritualmente a Maria, permanece em oração junto do sepulcro, onde o corpo do Filho de Deus jaz inerte como numa condição de repouso depois da obra da criadora da redenção, realizada com Sua morte

À noite, deste dia, iniciará a solene Vigília Pascal, durante a qual em todas as Igrejas o cântico jubiloso do Glória e do Aleluia pascal se elevará do coração dos novos batizados e de toda a comunidade cristã, feliz porque Cristo ressuscitou e venceu a morte.

Participando atentamente do Tríduo Pascal vemos como o mal não tem a última palavra, porque quem vence é Cristo crucificado e ressuscitado e o Seu triunfo manifesta-se com a força do amor misericordioso. A Sua ressurreição dá-nos esta certeza: apesar da obscuridade que vem do mundo, o mal não tem a última palavra. Amparados por esta certeza poderemos comprometer-nos com mais coragem e entusiasmo para que nasça um mundo mais justo. (este artigo é uma síntese da alocução do Papa Bento 16 do dia 12 de abril de 2006).

 

 

Dom Sergio de Deus Borges
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo na Região Santana