O Menino de Belém!

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21/12/2013 - 00:00
A origem do presépio criado por São Francisco

ão Francisco de Assis, quando queria pronunciar “Cristo Jesus”, chamava-o também com muito amor de “Menino de Belém”. A afeição de São Francisco pelo mistério do nascimento de Jesus – o Menino de Belém - foi tão grande, que ele preparou no povoado de Greccio o presépio, com esta motivação: ‘Quero lembrar o menino que nasceu em Belém, os apertos que passou, como foi posto num presépio, e ver com os próprios olhos como ficou em cima da palha entre o boi e o burro’ (Cf. Tomás de Celano, Vida I, 86).

Naquela noite, junto ao presépio, o santo e o povo reunido participaram da Santa Missa, cantaram, louvaram a Deus e viram o pequeno povoado transformar-se em uma nova Belém, onde Deus se manifestou aos simples, aos humildes e aos pobres e foi acolhido. Tomás de Celano relata os frutos desta noite santa passada junto ao presépio: ‘Multiplicaram-se neste lugar os favores do Todo-Poderoso, e um homem de virtude teve uma visão admirável. Pareceu-lhe ver deitado no presépio um bebê dormindo, que acordou quando o santo chegou perto. E essa visão veio muito a propósito, porque o menino Jesus estava de fato dormindo no esquecimento de muitos corações, nos quais, por sua graça e por intermédio de São Francisco, ele ressuscitou e deixou a marca de sua lembrança’ (Tomás de Celano, Vida I, 86).

São Francisco nos apresenta um belo caminho para acolher Deus manifestado como menino: celebrar o Natal junto ao presépio e a Santa Missa.  Esta união nos fará ver o Menino de Belém renascer em nossa vida, em nossa família, em nossos lares. Poderemos tocar as mãos de Deus nas mãos do Menino de Belém.

Seguindo o caminho de São Francisco, o nosso coração abrir-se-á à esperança, contemplaremos a glória divina escondida na pobreza de um Menino envolvido em panos e reclinado numa manjedoura: é o Criador do universo, reduzido à impotência de um recém-nascido! Aceitar este Menino é descobrir a Verdade quce liberta, o Amor que transforma a existência. Na Noite de Belém, o Menino faz-se um de nós, para ser nosso companheiro nas estradas insidiosas da história. Acolhamos a mão que ele nos estende: é uma mão que não nos quer tirar nada, mas apenas dar (Cf. Bento 16). 

 

 

Dom Sergio de Deus Borges
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo na Região Santana