Ano Paulino

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30/08/2008 - 00:00

A conclusão do centenário da Arquidiocese de São Paulo será marcada com a entronização solene do novo Padroeiro, São Paulo. A imagem do santo percorrerá algumas ruas da cidade, antes de ser recebida na Catedral. É uma forma de afirmar que o incansável apóstolo missionário continua viajando pelo mundo, e leva-nos com ele para evangelizar nossa cidade.

Com a inauguração do Ano Jubilar Paulino, instituído pelo papa Bento XVI para comemorar os 2000 anos  do nascimento do apóstolo Paulo, abre-se também um novo ano de graça, inspirado em sua vida e colocado sob a sua proteção. A Igreja convocada na América para uma Missão Continental, encontra em São Paulo uma fonte de inspiração e de dinamismo evangelizador.

A vida de Paulo pode nos inspirar a entender e realizar as duas conversões recomendadas com insistência no documento de Aparecida.

A conversão pessoal de Paulo aconteceu a partir de um encontro muito marcante com Jesus Cristo que mudou completamente a sua vida. O grande perseguidor dos cristãos tornou-se um ardoroso e incansável apóstolo do Evangelho. Foi crescendo num processo de identificação e configuração com Jesus Cristo a ponto de poder dizer em determinado momento de sua vida “Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em mim. Minha vida atual na carne, eu a vivo na fé, crendo no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.” (Gl 2,20). Com esta mística, enfrentou com coragem dificuldades e perseguições. Foi incompreendido, dentro e fora da Igreja, mas perseverou até o fim, entregando completamente sua vida por Cristo: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. Desde agora, está reservado para mim a coroa da justiça que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia, não somente a mim, mas a todos os que tiverem esperado com amor a sua manifestação” (II Tim 4,7-8).

A sua prática evangelizadora provocou na Igreja uma conversão pastoral, abrindo as portas para acolher a todos os povos e culturas. Através dele e dos discípulos e comunidades que formou, o evangelho chegou aos grandes centros urbanos da época. Teve a coragem de apresentar-se nas praças, nos areópagos, nos espaços de confronto e debates culturais. As viagens apostólicas e as cartas que escreveu são bons exemplos também de como inovar a prática pastoral, contando com as possibilidades e recursos de cada época. Incentivou as reuniões e os encontros celebrativos nas casas, a partilha dos dons e dos bens em atitude de serviço, o reconhecimento dos diversos ministérios na comunidade, a unidade de espírito e a comunhão na pluralidade de carismas e de possibilidades de ação: “Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes atividades, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. A  cada um é dada a manifestação do Espírito, em vista do bem de todos” (1 Cor 12,4-7).

A CNBB se propõe a trabalhar o Ano Paulino em 2009, por ocasião do Ano Catequético Nacional. A abertura do Ano Paulino em nossa Arquidiocese será no dia 29, com celebração na Catedral da Sé. O Projeto Arquidiocesano para o Ano Paulino será divulgado em breve, e prevê iniciativas que incentivem a realização de itinerários formativos e celebrativos que, inspirando-se na vida de São Paulo, estimulem a conversão pessoal e pastoral.

Dom Tarcísio Scaramussa
Bispo Auxiliar de São Paulo
Vigário Episcopal da Região Sé

Fonte: mensagem publicada no informativo "Testemunho" de junho/julho