O foco de nossas atenções neste ano de 2010

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02/02/2010 - 00:00

Os jovens estão no foco da pastoral da Região Sé neste ano de 2010, juntamente com a catequese. Estas foram as prioridades definidas na Assembleia Regional. Os jovens serão também um segmento prioritário para nós no movimento arquidiocesano que prepara o Congresso de Leigos, pois constituem uma porção notável e importante do laicato.

A desmentir preconceitos dos que afirmam que “os jovens não querem saber de nada”, ou que “os jovens não se interessam por religião”, constatamos que os jovens buscam experiências religiosas, acolhem com simplicidade a mensagem do Evangelho, muitos atuam nas pastorais paroquiais, em movimentos, em trabalhos voluntários, e se encontram com frequência para várias atividades de grupos em algumas de nossas paróquias. Conhecer essas experiências positivas e analisar os fatores deste sucesso é um primeiro passo importante para projetar novos caminhos de evangelização dos jovens e com os jovens.

É verdade que um dos grandes medos dos jovens é não encontrar um lugar no mundo adulto, e a realidade mostra que a crise dos jovens é em grande parte reflexo da crise dos adultos. Nossas atitudes e comportamentos atraem ou afastam os jovens. Os jovens não se encaixam em alguns esquemas e estruturas que continuamos a adotar. A evangelização dos jovens é certamente um dos campos que exigem “conversão pastoral”, expressão esta muito falada mas pouco concretizada com ações inovadoras. E não seria tão difícil inovar neste campo, pois bastaria desprender-se de nossos esquemas e abrir espaços para o protagonismo dos jovens, pois eles são os primeiros agentes para a evangelização dos seus pares. O Papa Bento XVI está convicto disso e os tem convocado: “Asseguro-vos que o Espírito de Jesus hoje vos convida, jovens, a serdes portadores da Boa Nova de Jesus aos vossos coetâneos. A indubitável dificuldade que os adultos têm de encontrar de maneira compreensível e convincente a classe juvenil pode ser um sinal com que o Espírito tenciona impelir-vos, jovens, a assumir esta responsabilidade. Vós conheceis os ideais, as linguagens e também as feridas, as expectativas e ao mesmo tempo o desejo de bem dos vossos coetâneos”.

Juntando esta abertura de mente, de coração e de espaço para os jovens com o esforço em adquirir mais competência pedagógica e capacidade de comunicação com as novas linguagens e tecnologias usadas pelos jovens, certamente começaremos a colher muitos frutos. É necessário, portanto, investir na formação de agentes de educação e de pastoral que tenham esta compreensão e qualificação para acolher e acompanhar os jovens em sua missão evangelizadora.

O ideal missionário suscitará inúmeras iniciativas de ação para responder ao desafio dos jovens. A título de exemplo, temos boas indicações sugeridas no número 123 das Diretrizes  Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2008-2010). O Plano de Pastoral da Arquidiocese acrescenta outras, que podem ser encontradas nas páginas 88 e 89 do texto do Plano. Entre estas, destaco as propostas que ressaltam novas formas de presença entre os jovens nas escolas, nos ambientes e atividades em que se encontram ou que mais os atraem, como o teatro, a dança, a música, a internet. Tudo isso sem perder de vista o fundamental, como ressalta o texto do nosso Plano, que é oferecer uma catequese atrativa que os introduza no conhecimento do mistério de Cristo e de sua Igreja.
  
Com a aceleração das mudanças neste tempo em que vivemos, urge apressar o passo, ou não conseguiremos acompanhar o ritmo do dinamismo da história. Brevemente iniciaremos o tempo da quaresma, tempo de voltar-se para o Senhor, tempo de conversão pessoal e pastoral. Que toda Paróquia dê um passo concreto, realize um projeto novo com ações que expressem verdadeira conversão, voltando-se missionariamente para os jovens.

Dom Tarcísio Scaramussa, SDB
Bispo Auxiliar de São Paulo
e Vigário Episcopal da Região Sé